Padrões, não científicos, da blogosfera
Dava eu o passeio estremunhado pela blogosfera, quando, qual matemático apurado, me saltaram aos olhos padrões de comportamento da blogosfera, diferentes consoante o país de origem.
Esta comparação não tem qualquer rigor científico, já que, os blogues que visito com frequência não são representativos, pela qualidade, pela quantidade nem ainda por perfil do seu autor. Consulto maioritariamente blogues portugueses, seguidos pelos brasileiros e finalmente alguns espanhóis. Há mais alguma coisita de outras paragens, mas é residual e não o faço com uma frequência que me permita falar!
Começo pelo comum. Todos provam vinhos. Todos avaliam a prova que fazem. Todos tecem uma ou outra consideração. Tranquilo!
Agora as diferenças. Espanhóis e Brasileiros, noto que são mais ecléticos, não se limitam a provar, intercalam provas com crónicas de opinião, notícias relevantes (sempre na avaliação do autor, claro!), e mais algumas liberdades criativas a que os autores se permitem. Saliento aqui que encontro uma grande percentagem, de entre os Brasileiros onde se pode ler coisas a puxar para o técnico, como se o autor fizesse questão de partilhar com o mundo os elementos do seu estudo, a sua mais recente matéria aprendida! Gosto disso, até porque, no grosso dos blogues Brasileiros que consulto, vejo muito dessa evolução, vejo trabalho, vejo estudo, aprendizagem! A ingenuidade de uma matéria acabada de aprender ou de resumir é tão refrescante como um branco seco gelado num dia quente de verão!
Por cá, não desfazendo nas honrosas excepções (aquela nuvem que convém sempre criar para aliviar a tenção da generalização), os criadores de enochatice provam vinhos e dão notas. Ponto. Ano após ano, mais do mesmo, uma roda de vinhos, uma ronda de visitas e…. de volta à casa de partida!
Não tenho nada a ver com os critérios de cada um, não estou a pedir que mudem, nem sequer fico triste se não o fizerem (na verdade está na hora de reduzir o numero de blogues que sigo, por uma mera questão de sanidade mental e a tão famosa gestão de tempo.). Fico com a sensação de que não há evolução, estudo, crescimento, amadurecimento (há mais de um ano afirmei que faltava maturidade nos blogues e não sinto que a coisa tenha mudado!). Parece que a malta se contenta em provar e dar notas! Acrescento uma tremenda falta de criatividade! Se tirarmos as diferenças de layout e lermos apenas os conteúdos torna-se impossível identificar o seu autor!
Será que nós, os leitores não temos direito a saber o que pensa o nosso bloguer de referência? Será que ele não pode partilhar connosco parte do seu conhecimento? Será que um blogue de vinho tem mesmo de ser aquela coisa chata que se assemelha às primeiras (ou ultimas) páginas das revistas impressas?
Não acredito que é preguiça de aprender, afinal das contas, vivemos no país em que se generalizou que aprender é uma coisa divertida e fácil, logo… do que estamos à espera?
Penso muita vez na frase desse grande perseguidor de blogues, aquele cujo nome não pode ser pronunciado, quando afirmava que os blogues andavam chatos. Passado tanto tempo (2 anos, não foi?) eu discordo em absoluto que ele disse! Os blogues não andam chatos, os blogues SÃO chatos!
P.S.: mas só os Portugueses, porque os Espanhóis e os Brasileiros são fixes!
Comentários
Partilho e assino por baixo inteiramente o que dizes!
Em Portugal faz-se o que se pode.
Estamos perante um padrão sociológico ao contrário contrário do que dás a entender.
agradeço aparticipação!
então parece que estou na linha dos demais. Sou chato!
No tempo das tascas, determinado homem chegava bêbado a casa todo o santo dia!
a mulher chateava-se com ele e dizia:
-o zé, todos os dias bêbado!
resposta do zé:
-raios partam a mulher que está sempre a dizer a mesma coisa!
Caro hugo Mendes concordo plenamente consigo.