O efeito quorum sensing
Reconheço que não deveria usar aqui referências privadas, mas não resisto
a afirmar que sei que a minha amiga Neuza Teixeira irá rir e chamar-me palerma
de mil maneiras diferentes depois de ler este título.
Para não perder audiência explico resumidamente que a investigadora citada é uma grande amiga com quem partilhei o momento da aprendizagem deste
conceito. Há bem pouco tempo, orgulhou-nos com uma (mais uma...)
publicação científica contendo o dito no título (sim, eu sei que o titulo de um
artigo cientifico é tão comprido que cabem lá quase todas as palavras que se
conhecem!).
Bom, deixemos de assuntos pessoais e vamos ao que interessa.
O que é então isso de Quorum sensing?
De uma forma simplificada (muito...) consiste numa acção ou resposta que usa a densidade populacional para provocar o estímulo (se me lembro bem das aulas de tecnologias microbianas). Ora e isto o que quer dizer? Que não há verdadeira consequência enquanto não se reúne uma massa crítica suficiente para superar o contra-estímulo.
Utilizando este principio na comunicação de um vinho:
De uma forma simplificada (muito...) consiste numa acção ou resposta que usa a densidade populacional para provocar o estímulo (se me lembro bem das aulas de tecnologias microbianas). Ora e isto o que quer dizer? Que não há verdadeira consequência enquanto não se reúne uma massa crítica suficiente para superar o contra-estímulo.
Utilizando este principio na comunicação de um vinho:
Para que uma mensagem seja verdadeiramente recebida pelos receptores e surta efeito, é necessário que num determinado momento o numero de emissores sejam superiores ao ruído existente na rede (quantidade de outras informações que nada têm a ver com a nossa mensagem) e consiga anular assim o efeito de diluição.
Upgrade na forma de comunicar um produto vínico:
De um lado temos a forma “tradicional” de comunicar o vinho. Mandamos amostras para revistas e mais recentemente para uns blogs, esperamos meses e acalentamos a esperança de que sejam provados, arrumados numa escala e difundidos ao maior número de pessoas. Como se isso, por si fosse sinónimo de comunicação da marca. Lamento afirmar, mas já deixou de o ser há muito tempo.
De um lado temos a forma “tradicional” de comunicar o vinho. Mandamos amostras para revistas e mais recentemente para uns blogs, esperamos meses e acalentamos a esperança de que sejam provados, arrumados numa escala e difundidos ao maior número de pessoas. Como se isso, por si fosse sinónimo de comunicação da marca. Lamento afirmar, mas já deixou de o ser há muito tempo.
Por outro lado temos hoje um conjunto de ferramentas online que nos
permitem difundir qualquer mensagem de forma facilitada e quase imediata. Basta convidar meia dúzia de pessoas (escolhidas a dedo, claro!) para provarem o nosso vinho connosco, para ouvir os nossos argumentos e para serem embebidos
no espírito da nossa empresa. A diferença é que muitas dessas pessoas nem precisam de
ter blogs ou escrever em revistas pois as fotos e comentários correm mundo no espaço de minutos. As emoções são partilhadas a quente (logo,
de forma muito mais emotiva do que mais tarde num post seco de um blog) e a
rede de influências destes receptorer são automaticamente
tocadas. A mensagem repassada, partilhada, comentada e amplificada…..O alcance de comunicação
de um vinho é exponencialmente maior. O Buzz tem uma probabilidade maior de acontecer. E não esquecer que estou a exemplificar com uma simples partilha de uma garrafa de vinho.
Na forma tradicional de comunicação (cuja forma mais recente é o blog que recebe amostras e prova um vinho no conforto da sua mesa), continuamos na zona
fria, impessoal e com impacto de curto alcance. Já na forma de comunicação que
se socorre das redes sociais esta comunicação é muito mais personalizada e tem um
potencial impactante muito mais profundo. É a este tipo de comunicação que associo
o quorum sensing, no sentido de uma comunicação que produz efeitos em oposição a outra que é cada vez mais estéril.
Pensai nisso amigos. Pensai nisso!
Os mais atentos e perspicazes dirão que, se sou conhecedor
da mensagem, se sou um propenso emissor da comunicação da minha empresa, basta
que saiba lidar com as ferramentas para que não tenha de depender de ninguém para
passar a mensagem. Isso é verdade, em parte, e é o que os “gurus” das redes
sociais andam a dizer há muito tempo. Contudo, penso que nesta coisa do vinho a
acção em quorum sensing é imprescindível e, tal como nas bactérias da minha amiga
Neuza, são necessárias muitas mãos a empurrar para que a porta se abra.
Pensai nisso amigos. Pensai nisso!
Comentários
Hoje em dia as redes sociais conseguem difundir uma mensagem de forma muito mais rápida e eficaz. Tudo porque somos de facto seres sociais a quem a opinião dos amigos (usado aqui no sentido lato e aplicado às redes sociais) importa e influencia.
Infelizmente continuam a ser poucos os produtores (aliás até são poucas as marcas na generalidade) que entendem este conceito e que não têm medo. Porque há sempre o risco de o que seja dito não seja o que se quer ouvir.
Obrigado pelos comentários.
Só um repara ao António, pois cometeu um erro frequente. Grande parte dos bloggers (seja aqui seja noutras paragens do globo) são tecnologicamente ignorantes. Basta que repare neste que lhe escreve.
O fenómeno da partilha e da passa a palavra virtual não requer mais que um perfil numa ou dias redes sociais.
Facilita bastante na hora de divulgar a informação.