Inspira Portugal, Touriga Nacional – Post II
Foto usada, sem pedir autorização,aos proprietários, Magna Casta. Sue me! |
Já expliquei anteriormente os motivos que me levaram a
iniciar esta cavalgada. Não sei onde isto me levará, mas, por agora, estou a
gostar desta primeira vereda!
Não pensei começar pela touriga, mas hoje, agradeço a ideia
de quem me convenceu a inverter caminho. Faz todo o sentido começar por aqui. É
logico aprender sobre uma das castas que tem sido, talvez a maior, das grandes apostas
nacionais dos últimos anos.
Começo por apresentar alguns dados que ajudam a caracterizar.
Socorro-me da magnífica obra de Jorge Böhm, intitulada: “PortugalVitícola – O Grande Livro das Castas”.
O autor divide todas as castas usadas na produção de vinho
em 6 categorias. Os critérios de separação são, e cito: “a sua importância económica
e o seu valor enológico”. Desta forma, a Touriga Nacional aparece-nos no
conjunto das 20 castas da Categoria I, a que o autor deu o cognome de “Castas
de Elite”.
Na descrição específica, relata aquilo que empiricamente ou
através de conhecimento vago já vamos sabendo. Originária do norte encontrou
uma forte expansão no resto do território nacional nos últimos anos. Conhece
também alguma internacionalização, em especial nos países de Novo Mundo.
Sinonímia (nome pelo qual pode também ser chamada) autorizada:
Touriga.
Sinonímia Histórica e regional: Preto Mortágua, Tourigo,
Touriga Fina.
Já que estamos numa de dados, apontem mais estes. Na altura
em que o livro foi dado à estampa (2010 presumo - estes livros agora não têm o
ano de edição exposto de forma clara na ficha técnica) contavam-se 6700 ha
plantados o que dava um total de 10,35% de todas as castas plantadas (o que
convenhamos… é uma brutalidade se tivermos em conta que existem cerca de 85
castas nas três primeiras categorias que são classificadas até às castas de expansão
média (menos de 500 ha).
Sobre o seu valor enológico, pelo menos no que interessa aos
enófilos, salienta que é casta propensa a graus alcoólicos elevados assim como elevada
também se espera que seja a acidez. Tendência a originar vinhos com boa
intensidade de cor [uma vez que o facto de possuir um bago pequeno proporciona
uma maior concentração de cor por volume de mosto adquirido].
Não resisto a transcrever aquilo que é descrito como: “Caracterização
habitual do vinho”. Reza assim:
“Aroma macio, redondo e quente, lembrando frutos silvestres
vermelhos escuros, quase pretos, muito maduros, com algumas passagens florais
de predominância para violeta, mostrando nos bons anos um excelente perfume
doce, semelhante ao da esteva”.
Para finalizar, Jorge Böhm, refere o facto de a casta obter
o máximo do seu desempenho em zonas quentes. Descreve ainda algumas das características
já descritas nos vídeos que seguem e que vos convido a assistir antes de vos
deixar as minhas apreciações pessoais.
Se quiserem dar mais uma vista de olhos à lista de vinhos provados, vejam, por exemplo, aqui.
Nuno Magalhães e a Touriga Nacional na vinha.
Paulo Coutinho e a Touriga Nacional na adega
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