As escolhas de … Bento Amaral
Foto usada a partir do perfil de facebook do convidado. |
Não tenho, com honestidade, muito para dizer sobre Bento Amaral, já que só o conheço do discurso indireto. Do profundo respeito que os colegas demostram e do excelente trabalham que tem feito à frente da citada câmara.
Fez o favor de justificar muito bem as suas escolhas, pelo que me limito a transcrever as suas recomendações.
Muito obrigado.
Um livro para férias?
"Sugiro livros (e não um só) que façam pensar sobre o vinho e que nos façam querer ter um vinho para acompanhar a leitura. Como existem “vinhos de meditação” a proposta são livros para “meditação sobre os vinhos”".
Questions of Taste: The Philosophy of Wine - Barry C Smith
Wine and Philosophy: A Symposium on Thinking and Drinking - Fritz Allhoff
Reading between the Wines - Terry Theise
5 Livros, “obrigatórios” na estante de um enófilo?
"A maioria das minhas sugestões são livros para fazer uma primeira abordagem aos diferentes temas, mas que possam levar a uma procura mais aprofundada do maravilhoso mundo do vinho. Por serem livros para uma biblioteca são acima de tudo livros de consulta. Proponho um livro (em alguns casos 2) para cada uma de cinco grandes áreas: prova de vinhos, “enciclopédia /dicionário”, atlas, história e finalmente harmonização vinho e gastronomia. Ao fazer esta escolha deixei livros, igualmente importantes, sobre tecnologia de produção de vinho, viticultura, castas, marketing, novas tendências (como os vinhos biológicos ou biodinâmicos) e sobre o Douro e o Vinho do Porto (assuntos que se calhar se esperaria que eu referisse…). Espero que as propostas de outras pessoas possam complementar as minhas, assim como, penso que estes livros podem abrir portas para os enófilos conhecerem os outros temas mais tarde.”
Prova de Vinhos: "para quem quiser fazer um treino sério para provador sugiro o clássico do Émile Peynaud – O Gosto do Vinho: O Grande Livro da Prova. Para os que pretendem um menos denso, poderão optar por exemplo pelo La dégustation de Pierre Casamayor, que apresenta de uma forma simples e prática os conceitos básicos de prova com descritores aromáticos para os diferentes estilos de vinhos"
Enciclopédia / dicionário - "sem sombra de dúvida o The Oxford Companion to Wine de Jancis Robinson"
Atlas - World Atlas of Wine da Jancis Robinson e Hugh Johnson "penso que deve sair uma nova edição inglesa antes do final do ano"
História - História Universal do Vinho de Hugh Johnson. "Sem ser dos temas fundamentais para um enófilo apreciar um vinho, não deixa de ser importante ter uma visão geral sobre como ele tem evoluído e acompanhado o Homem. Poderá ajudar a compreender, entre outras coisas, que o conceito de qualidade não é estático nem universal, como agora aparenta".
Harmonização vinho e comida -. "Além da prova é um dos temas com que profissionalmente mais lido e também um dos que me é mais querido. Para mim não faz sentido dizer-se que se gosta de vinhos e depois não se apreciar mundos que se sobrepõem, como os da culinária ou dos perfumes (apesar de eu não os usar). Pela forma como estão estruturados os diferentes temas, e pelas listas que contém – de associação de gastronomia com vinho e vice-versa –, o meu livro preferido é o Pairing Wine and Food: A Handbook for All Cuisines da Linda Johnson-Bell (este ano saiu uma edição atualizada, que não conheço). Pode-se encontrar uma abordagem complementar em Food and Wine Pairing: A Sensory Experience de Robert J. Harrington"
5 Viagens que o enófilo “tem de fazer”?
"Escolho regiões com bons vinhos, mas como também é importante a paisagem e a história da região, tento que nas minhas propostas existam todas estas componentes”
Douro (Portugal) – “Se tivesse que escolher só uma seria esta. É a mais acessível do ponto de vista financeiro e neste momento isso é importante. Mas mais do que isso, por ser uma região inacreditável pela sua beleza natural construída pelo homem e uma das únicas no mundo onde se podem encontrar vários estilos de vinho (Porto e Douro) que competem com os melhores do mundo. Por estar aqui tão perto muitas das vezes não reparamos, ou não damos a verdadeira importância a este diamante que temos”.
Toscânia (Itália) – “Pela apregoada beleza, gastronomia e vinhos produzidos. Aproveitava para dar um salto ao Piemonte para me deliciar em Barolo e Barbaresco”.
Borgonha (França) – “Para compreender a complexidade da região e dos vinhos aí produzidos e que um vinho não precisa de gritar alto para ser um bom vinho. Os tintos são um hino à elegância”.
Mosel (Alemanha) – “Porque o vinho não é só tinto e pela beleza”.
Napa Valley (Califórnia – EUA) – “Por ser uma perspetiva completamente diferente das propostas anteriores, tanto na opulência dos vinhos produzidos como por todo o “glamour hollywoodesco” existente na maioria das propriedades e a sua forma de comunicar o vinho”.
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