Coisas que me aborrecem (II)
Foto usada a partir daqui |
Na minha timeline de Facebook, resultado das "amizades" e "gostos", aparecem muitas publicações sobre vinho, viagens organizadas por empresas “esquisitas” a sítios improváveis e os omnipresentes ditos e máximas. De repente, toda a gente tem um pensamento mais elaborado, uma graça, uma constatação, um conselho ou uma conclusão de especialista sobre alguma coisa. Eu não sou melhor!
Regra geral, não me aborreço, apenas passo por cima. Contudo, há uma classe de ditos, que me arrepiam sempre. Que me enervam. Que me aborrecem.
A industria da cortiça e os seus ministros de propaganda encabeçam os meus arreliadores. Com as suas (brilhantes) campanhas de lavagem cerebral, tentam passar para o consumidor a escolha do vedante a usar nas garrafas de vinho. Para além de perigoso, considero ser moralmente desonesto, pois a escolha deve ser técnica e fundamentada em critérios de vida do vinho.
Máximas bombásticas como esta da imagem (do topo), e muitas outras que não tenho vontade agora para procurar, enchem-me os pulmões de expectoração. Quem por favor, tendo em conta que sou de facto burro, me explica o que é isso de "real cork" para começar, e depois, como é que se estabelece a relação com o "real wine".
Informem-me também, desta vez com números, da a % de vinhos que utilizam a dita "real cork", considerando que para mim, são apenas as rolhas sem colas e sem migalhas como a imagem leva a crer.
Informem-me também, desta vez com números, da a % de vinhos que utilizam a dita "real cork", considerando que para mim, são apenas as rolhas sem colas e sem migalhas como a imagem leva a crer.
Quando pergunto a esses "partilhadores", o porquê de defenderem que a rolha de cortiça é o vedante absoluto? A resposta é sempre qualquer coisa bem elucidativa como um "porque é melhor!". Ah bom, se é melhor pronto, nada mais posso acrescentar! Mas fica a duvida! Melhor para que fim?
O que penso disso não mudou muito desde a publicação deste post, por isso, poupo-vos à repetição (partilha?) dos mesmos argumentos.
E sabem o que me chateia mesmo, mas mesmo, mesmo, mas mesmo muito?
È apresentar-me numa qualquer reunião conviva com malta desta, abrir um vinho com alguns anos mais do que é costume consumir-se, e ver estes arautos da cortiça a franzir a narigueta enquanto perscrutam a sua fraca memoria sensorial em busca de algo com a qual comparar esta experiência. Normalmente saem uns defeitos porreiros, mas os que mais me aborrecem são mesmo estes: " o vinho está passado" ou pior... "esta merda está oxidada".
Comentários
Presos pelo tempo e acorrentados pelo marketing as ovelhas vão balindo e pastando o que lhes é cedido..A maioria não questiona nada; sente em seu limitado universo um porto seguro que ao deixá-lo pode significar a ruína de uma vida limitada..
E assim vai o mundo do vinho conduzido por modas e corporações..mas vai..
Obrigado pelo seu comentário!
Eu diria, Salve o vinho! ; )
Obrigado e um abraço!