Enoturismo em Portugal - Procura-se Oferta!
Tenho sentido, no decorrer do ultimo ano, um forte apelo pelo estudo dos assuntos ligados ao enoturismo. Sinto que este sector está pronto para "explodir", embora a oferta ainda não esteja madura.
Fico com a impressão de que, para a maioria dos produtores, o conceito fica circunscrito às condições que as suas explorações têm para receber visitas, dar-lhes vinhos a provar e nos melhores casos, converter cada visitante num embaixador da marca.
Alguns apresentam já boas soluções, outros estão no caminho e muitos ainda nem começaram.Tudo bem, é normal, até porque o amadurecimento é consequência da prática, logo, é apenas uma questão de tempo!
Considero a dimensão interna muito importante, - chamemos assim às questões que são do foro do produtor e cuja realização depende apenas de si e dos meios disponíveis - contudo, ela por si não chega.
O que quero dizer com isto?
Apenas que o produtor de terras lusas, tem uma necessidade acrescida de se preocupar com a dimensão externa, ou seja, tudo o que está à volta da sua exploração, e não é controlado inteiramente por si.
Considero a dimensão interna muito importante, - chamemos assim às questões que são do foro do produtor e cuja realização depende apenas de si e dos meios disponíveis - contudo, ela por si não chega.
O que quero dizer com isto?
Apenas que o produtor de terras lusas, tem uma necessidade acrescida de se preocupar com a dimensão externa, ou seja, tudo o que está à volta da sua exploração, e não é controlado inteiramente por si.
Para explicar melhor a ideia, uso frequentemente esta alegoria:
Não vou a Paris, propositadamente para ver a torre Eiffel, mas, se lá for em turismo, é quase certo que não passo sem a visitar e tirar umas fotos.
Ora, pegando nisso, se o meu negócio for explorar o monumento em causa, interessa-me, por um lado, que esta seja uma referencia do destino, algo incontornável. Como se consegue isso? De muitas formas, desde a arquitectura, à originalidade/qualidade do serviço vale tudo (não há uma fórmula, penso que tem a ver com a forma como os espíritos se coordenam, o do lugar com os dos promotores). Alguém se lembra de ir à Rioja e não visitar Marquês de Riscal? Mas - e este mas tem um peso muito forte - por outro lado, a envolvência importa, muito! Não vale de nada ter sucesso na referenciação do spot se, à volta, não há absolutamente mais nada que justifique a deslocação. Vou a Paris pelo Louvre, pelo Centro Pompidou, pela Sainte-Chapelle, por Versailles, pela catedral de Notre-Dame, pelo Arco do Triunfo, pelo Jardin du Luxembourg, por causa daquela boulangerie ... e.... pela Torre Eiffel.
Precisamos algo mais do que boas adegas com bons serviços. Urge um desenvolvimento do turismo no seu todo. Desenvolvimento de boas infraestruturas de apoio (restaurantes, hotéis hostels, pensões, centros de saúde capazes, rede de transportes locais mais desenvolvida, ...), fazem falta circuitos mistos em que a visita a uma adega possa ser incluída num tour pelas outras atracções da região.
Esta necessidade vem da falta de escala, dimensão e capacidade para chamar pessoas de forma individual.
Quando Robert Mondavi esboçou os primeiros serviços de enoturismo na sua adega de Napa, fê-lo para aproveitar uma afluência de gente que existia na região. Ou seja, a massa critica estava lá (por motivos que não vale a pena aqui explicar), ele só teve de procurou uma forma de a pescar para si.
Não temos essa demanda de pessoas a visitar as regiões vitivinícolas. Não faz sentido apenas recriar modelos de sucesso sem lhes estudarmos a envolvente. Parte deles são muito bons, mas não funcionam somente pela replicação. Não em Portugal!
Há que ver esta questão no sentido mais lato e procurar sinergias com todo e quaisquer agentes económico que actue directa ou indirectamente no meio turístico.
É óbvio que a situação ideal passaria por ter as autoridades competentes a desenvolver o turismo de forma correcta e a integrar os produtores em todo um plano nacional. Mas, isso não acontece ainda. Por isso digo que temos duas opções. Ou esperamos, ou avançamos nós com o que temos à mão.
E o que temos à mão?
Temo-nos uns aos outros. Temos as freguesias e as autarquias que são mais "fáceis" de influenciar que o governo central, temos as artes tradicionais, temos as especialidades gastronómicas locais, temos os tesouros naturais, temos os patrimónios da humanidade, temos os monumentos, temos.....
Dir-me-ão alguns que isso, em parte é o que se pretendia com as rotas.....
Mas, das muitas criadas, quantas funcionam? Dessas, quantas exploram todo o potencial que se propuseram quando foram criadas?
Acham mesmo que a solução está nas mãos "deles"?
Esta necessidade vem da falta de escala, dimensão e capacidade para chamar pessoas de forma individual.
Quando Robert Mondavi esboçou os primeiros serviços de enoturismo na sua adega de Napa, fê-lo para aproveitar uma afluência de gente que existia na região. Ou seja, a massa critica estava lá (por motivos que não vale a pena aqui explicar), ele só teve de procurou uma forma de a pescar para si.
Não temos essa demanda de pessoas a visitar as regiões vitivinícolas. Não faz sentido apenas recriar modelos de sucesso sem lhes estudarmos a envolvente. Parte deles são muito bons, mas não funcionam somente pela replicação. Não em Portugal!
Há que ver esta questão no sentido mais lato e procurar sinergias com todo e quaisquer agentes económico que actue directa ou indirectamente no meio turístico.
É óbvio que a situação ideal passaria por ter as autoridades competentes a desenvolver o turismo de forma correcta e a integrar os produtores em todo um plano nacional. Mas, isso não acontece ainda. Por isso digo que temos duas opções. Ou esperamos, ou avançamos nós com o que temos à mão.
E o que temos à mão?
Temo-nos uns aos outros. Temos as freguesias e as autarquias que são mais "fáceis" de influenciar que o governo central, temos as artes tradicionais, temos as especialidades gastronómicas locais, temos os tesouros naturais, temos os patrimónios da humanidade, temos os monumentos, temos.....
Dir-me-ão alguns que isso, em parte é o que se pretendia com as rotas.....
Mas, das muitas criadas, quantas funcionam? Dessas, quantas exploram todo o potencial que se propuseram quando foram criadas?
Acham mesmo que a solução está nas mãos "deles"?
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