Dia de prova - O Fernão Pires: 50% do blend
Enquanto esperam, fiquem com esta:
Hoje foi dia de visitar e provar o vinho. Não vou usar meios termos. A.D.O.R.E.I!
Será (será porque ainda não os juntei) uma mistura de Fernão Pires e Arinto.
O Arinto é um Arinto.... feito aos mesmos preceitos que sigo em Bucelas, sem mas nem meio mas. Vinhas adultas e estágio com borra fina. Procuro estrutura, esqueleto e acidez. Vejo o Arinto, não me canso de dizer, como uma casta masculina, com todas as responsabilidades que o homem tem na vida do casal (mais as dores de cabeça e obrigatoriedade de assentir às razões menos razoáveis que só a sensibilidade feminina se lembra de concluir).
O Fernão Pires é/será, acredito eu, a chave deste vinho. O factor de risco. O elemento que ditará sucesso ou fracasso desta obra. Nada de muito admirável se vos digo que o considero o elemento feminino. Afinal, são ou não são as mulheres que mandam nesta merda toda?
Acredito que o Fernão Pires pode ser mais do que uma casta aromática apanhada tarde demais e usada para encher (como é tradição no Tejo e em Lisboa). Quis testar a hipótese de o apanhar com base na acidez, em total alheamento para os restantes parâmetros de maturação. Fermentação com leveduras indígenas e engarrafamento cedo (falta engarrafar). O resultado foi um vinho com 9% de álcool, sem a intensidade aromática que caracteriza a casta (Deus seja louvado) mas com equilíbrio e a prometer um desenvolvimento com muito interesse. E tem acidez... imaginem vocês. TEM ACIDEZ....
Até amanhã... sonhem com este vinho, se faz favor! :)
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