Um vinho diferente de tudo o que foi feito até hoje?
Bom, podia dar uma de vendedor de banha da cobra, desses que encontra trabalho fácil em Portugal e dar-vos a ideia de que compus o comprimido do sucesso instantâneo, a formula do perfume com que Patrick Süskind arrebata o seu leitor no final apoteótico do romance O Perfume.
Não posso
fazer isso! Nunca me dei bem com o logro, não é isso que está aqui em causa.
Nunca será!
Um vinho de autor vive de muitos detalhes, mas vive essencialmente de um ponto de vista sobre algo. Neste caso é o meu sobre a região de Lisboa e duas das suas castas mais emblemáticas. Fernão Pires e Arinto.
Um vinho de autor vive de muitos detalhes, mas vive essencialmente de um ponto de vista sobre algo. Neste caso é o meu sobre a região de Lisboa e duas das suas castas mais emblemáticas. Fernão Pires e Arinto.
Procurei que fosse um vinho limpo, fresco, de aromas delicado e medianamente intensos, mas ricamente complexos. Sabem aquela ideia das peras que fazem salivar, que comíamos da árvore em miúdos? Estão lá! Estão também lá uns toques citrinos maduros e uma linha vegetal que vem quase de certeza do Fernão Pires. Evitei contactos peliculares e batonagens. Quero toda a acidez protegida e desejo mantê-la viva e rústica pelo máximo tempo possível. Engarrafando cedo também ajuda nesta pretensão.
Todas as provas me têm dado bons
sinais de evolução positiva, o vinho apresenta-se cada vez mais complexo,
definido e limpo. O corpo segue o caminho dos bons Arintos, torna-se rico e
mais gordo a cada nova prova. Presumo
que dará bom prazer no imediato (aconselho sempre a esperar dois ou três meses depois
do engarrafamento) mas, a minha grande excitação é tentar perceber o que irá
acontecer nos primeiros três a cinco anos, altura em que julgo que os aromas terciários
aparecerão, que a salinidade estará evidente e que o vinho mostre todos os seus
segredos.
Não vou esconder o entusiasmo.
Estou muito esperançado neste vinho. Está-me a dar todos os sinais que me
costumam deixar muito confiante. Já pedi rolhas para 25 anos, vamos ver quem
aguenta mais tempo, se a rolha, o vinho ou a nossa vontade de o beber!
Relembro que continua a decorrer a pré-venda, neste momento já entrámos nas ULTIMAS 150. No total serão feitas certa de 2600 garrafas numeradas. Em baixo encontram uma imagem que resume como poderão fazer para reservar as vossas a um preço irrepetível (IBAN:PT50 0007 0000 1753 0800 1072 3).
Para primeiras visitas, sugiro a leitura dos post com a etiqueta Branco Lisboa.
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