O vinho dos 40 anos
"Parabéns. Rega bem isso!", "Hoje é dia de escolher um bom vinho!", "Brinda a isso com um bom vinho", "... Escolhe um vinho especial...!" ...
Quem não leu já isto escrito no seu mural de Facebook vezes sem conta no dia de aniversário? É certinho, se gostamos de vinho, vão-nos recomendar que o aniversário seja marcado com um grande vinho. E a meu ver... bem recomendado!
A merda é na hora de escolher. È aqui que pareço a minha mulher quando olha para o guarda roupa a rebentar e afirma não ter nadinha para vestir (o varão já caiu duas vezes e não foi para ela andar a dançar!). Pois, não me apetece nenhum vinho especial mas apetece-me um vinho especial. Faço 40 anos que diabo, estou com uma crise de meia idade e quero algo que me inspire os próximos 40.
Lembrei-me de outro dia ter comprado umas garrafas a um "puto" no Facebook. Ele oferecia os frutos dos seus primeiros trabalhos aos amigos que assim quisessem experimentar. Despertou-me a curiosidade e ofereci-me para ficar com algumas. Foi isso que escolhi beber neste dia tão simbólico. Porquê? Porque tem uma certa carga mística. Estou a acompanhar os primeiros passos de um enólogo que me pareceu ainda cego pela sua paixão, orgulhoso das suas 50 garrafas e do seu trabalho. Chama-se Fábio Fernandes e confesso que gostei do dedo de conversa que trocámos. Garrafas recicladas, sem imagem, sem especial cuidado no exterior, de litro imaginem o escândalo, apenas o ano de colheita marcado a caneta de feltro. Apenas paixão e pureza imberbe. Essa de que tantas vezes já me esqueço e que foi o engodo que me trouxe a este mundo.
Acho que é muito por aqui que vou querer andar nos próximos anos. A acompanhar e apoiar as novas paixões.
O vinho é simples, sem excessos de maturação ou extracção. Nota-se que o Fábio quis apenas retirar o que o vinho tinha para dar. Não há aromas maricas ou bocas feitas a cinzel. Há um vinho que se expressa sem merdas, limpo, correcto e que traz impregnado a alma de quem o criou.
Morreu na perfeição ao prato de um lombo de mostarda cuja receita não podia ser mais simples e me foi dada à pressa pelo talhante no supermercado. "... deixo-lhe um golpe que você enche de mostarda!. Eu é que não fui na cantiga e deitei-lhe sal, ervas, alho, azeite e pinga...
Ai não!!!
Foi isso. Contrariar a pressão e apreciar a complexidade das coisas simples, descontraídas e feitas com espírito puro. Partilha-las com gente que me faz bem. È disto que quero nos 40.
Quem não leu já isto escrito no seu mural de Facebook vezes sem conta no dia de aniversário? É certinho, se gostamos de vinho, vão-nos recomendar que o aniversário seja marcado com um grande vinho. E a meu ver... bem recomendado!
A merda é na hora de escolher. È aqui que pareço a minha mulher quando olha para o guarda roupa a rebentar e afirma não ter nadinha para vestir (o varão já caiu duas vezes e não foi para ela andar a dançar!). Pois, não me apetece nenhum vinho especial mas apetece-me um vinho especial. Faço 40 anos que diabo, estou com uma crise de meia idade e quero algo que me inspire os próximos 40.
Lembrei-me de outro dia ter comprado umas garrafas a um "puto" no Facebook. Ele oferecia os frutos dos seus primeiros trabalhos aos amigos que assim quisessem experimentar. Despertou-me a curiosidade e ofereci-me para ficar com algumas. Foi isso que escolhi beber neste dia tão simbólico. Porquê? Porque tem uma certa carga mística. Estou a acompanhar os primeiros passos de um enólogo que me pareceu ainda cego pela sua paixão, orgulhoso das suas 50 garrafas e do seu trabalho. Chama-se Fábio Fernandes e confesso que gostei do dedo de conversa que trocámos. Garrafas recicladas, sem imagem, sem especial cuidado no exterior, de litro imaginem o escândalo, apenas o ano de colheita marcado a caneta de feltro. Apenas paixão e pureza imberbe. Essa de que tantas vezes já me esqueço e que foi o engodo que me trouxe a este mundo.
Acho que é muito por aqui que vou querer andar nos próximos anos. A acompanhar e apoiar as novas paixões.
O vinho é simples, sem excessos de maturação ou extracção. Nota-se que o Fábio quis apenas retirar o que o vinho tinha para dar. Não há aromas maricas ou bocas feitas a cinzel. Há um vinho que se expressa sem merdas, limpo, correcto e que traz impregnado a alma de quem o criou.
Morreu na perfeição ao prato de um lombo de mostarda cuja receita não podia ser mais simples e me foi dada à pressa pelo talhante no supermercado. "... deixo-lhe um golpe que você enche de mostarda!. Eu é que não fui na cantiga e deitei-lhe sal, ervas, alho, azeite e pinga...
Ai não!!!
Foi isso. Contrariar a pressão e apreciar a complexidade das coisas simples, descontraídas e feitas com espírito puro. Partilha-las com gente que me faz bem. È disto que quero nos 40.
Comentários
Abraço e parabéns
JS