Quinta da Murta Bucelas 2017. O Drama e o horror das leveduras indigenas
Um escândalo, só vos digo. Um ESCÂNDALO!!!!
Pela segunda vez na história desta empresa, um vinho fermentado com recurso a leveduras nativas (é assim desde 2011), não o fez no prazo de tempo que os especialistas consideram razoável. Reparem bem nesta verdadeira inconsciência:
A uva foi colhida em 31 de Agosto, o mosto limpo foi retirado da clarificação a 04 de Setembro e só arrancou fermentação lá para 10 de Setembro. Logo aqui está um crime digno de despedimento. Para mal dos meus pecados, mesmo insistindo para que os vinhos fermentem a uma temperatura média de 17ºC, o sacana começou a "andar" muito devagar lá para os 1030 (ultimo terço da fermentação). Não parou, mas passou a velocidade muito lenta. O que se esperava que levasse um mês levou quatro. Vergonhoso!
Hoje, deu-me 4,4 g/açúcar na análise. Está quase a acabar, mas ainda tem para uma ou duas semanas. Na prova está fantástico (e quem me conhece sabe que não gosto de nenhum vinho novo antes de Janeiro). Não consegui que ganhasse aromas de oxidação ou redução, fui incompetente em fazer subir a volátil ou outro indicador de contaminação, falhei redondamente em estragar um vinho que seria dado como condenado por muitos.
Arriscamo-nos, se tiver voz activa na decisão do seu futuro, a ter um dos melhores colheitas desde o 2012. Equilibrado, fresco, contido mas com tudo lá. Preparado para se revelar um Bucelas de referencia dentro de uns 5 anos.
Mania de merda, esta de usar leveduras indígenas!
E agora, como é que vou explicar isto às pessoas?
Comentários
OBRIGADO
Obrigado
Á excepção de SO2 livre a rondar os 20mg/L para inibir bactérias e leveduras manhosas, não adiciono nada. A ter em atenção apenas que quanto mais se clarificar o mosto mais tempo teremos de esperar para que a fermentação arranque. Isso ou fazer um pé de cuba prévio. Nunca fiz, por isso pouco posso aconselhar em relação a isso!