Underdog, o rótulo vencedor. Finalmente.
Confesso que a escolha foi difícil, muito difícil.
Uma vez que a grande maioria das propostas eram de elevadíssima qualidade, o extremo da beleza, não foi decisivo aqui. Escolhi aquele que melhor se enquadrou no que sinto ao provar o vinho, bem como no significado da linha de referências que aqui nasce. Não consigo expressar de forma concreta os motivos que me levaram a escolher este e não outro. Senti que tinha de ser aquele... e foi!
Sem mais delongas, a proposta vencedora foi a do Pedro Almeida (a Nº10). O Pedro não é patrono e portanto, o prémio dele serão os 200€ e uma caixa do vinho (a caixa não estava no plano inicial, mas acho que seja justo).
Mas nada do que faço é livre de aventuras. Nada pode ser simples e muitas vezes o trabalho reside no ajuste e nas voltas que temos de dar para que o sonho nasça e faça sentido da forma como o idealizei.
O mundo anda sem problemas, está muito igualitário e por isso vivemos dias de policiamento ao que se diz, mesmo que assumindo a responsabilidade e indiferente ao facto de poder ser considerado conteúdo humorístico ou não.
Parece que ter Mariconços num rótulo pode ser uma ofensa grava, mesmo sabendo que o consumidor é livre de comprar ou não comprar o produto. Não concordo com o puritanismo que me foi imposto. Odeio o politicamente correcto, a hipocrisia da nossa sociedade e a menorização intelectual que se está a impor aos consumidores. O que se está a fazer é deplorável e não poderá ter bons resultados no futuro. Sou contra o policiamento das palavras.
Como se não fosse suficiente, fui obrigado a retirar também a palavra Underdog, mesmo depois de explicar que se trata de uma espécie de designativo de qualidade. Nada a ver com marca. Não deu. Há uma marca registada com esse nome (e que o registo do INPI diz estar caducada) e pode confundir-se. Pergunto-me se o critério é o mesmo para a aprovação de tanto vinho que para ai vejo (outro dia até um Quinta da Murta, que não o de Bucelas,encontrei). Aqui sou levado a ser mais condescendente, mesmo sabendo que o vinho é um exclusivo para pessoas que sabem o que este underdog é e representa. Mas não é marca, é designativo de gama. A marca é Hugo Mendes, já para não criar bicho. Criou!
Enfim, a faca e o queijo está nas" mão deles", a mim resta-me ser criativo se quero dar a volta ao assunto.
Juntamente com cada garrafa de vinho irá um set de autocolantes com a palavra Underdog e város balões alternativos que cada adquirente poderá personalizar a seu bel prazer. Seja apenas trazendo a verdade da versão do artista ao vinho, seja usando a sua própria criatividade para criar a sua mensagem de revolta e repulsa por este politicamente correcto que destrói a nossa capacidade de comunicar e de nos respeitarmos mutuamente.
Mantenham-se atentos, nos próximos dias publicarei um video onde explico e exemplificarei tudo isto.
Resta-me agradecer, muito, a todos os que se interessaram e participaram com o envio das suas propostas. Parabéns ao Pedro.
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