Hugo Mendes Lisboa Branco 2017 - O Lote
Com algum atraso aqui fica o relato do lote do vinho. Afinal, é isto que vos interessa não é?
Muito bem. Tal como disse, em 2017 vi-me forçado a fermentar as duas castas em conjunto. A verdade é que gostei muito. O arinto, apanhado no pleno da acidez veio dar alguma solidez ao lote. Não vos quero aborrecer com detalhes, mas um dos pontos que me chateou no 2016 foi o facto da acidez do Fernão Pires ter caído muito na fermentação. Muito mais do que esperava. Este lote forçado mostrou-se uma óptima solução na tamponização da acidez total. Também deve ter ajudado bastante o facto de ter usado apenas o mosto não prensado, logo, menos potássio para se combinar e fazer decrescer a acidez. Pronto... já vos aborreci!
Chego ao momento de lotear e reparo que o vinho que se encontra na madeira tem uma boa integração. Por outro lado revelou os aromas, puxando-os mais para a fruta ácida (pêras e maçãs verdes à mistura com alguns citrinos e um ligeiro ananás). Como sabem, fujo das flores como o diabo da cruz, por isso fiquei radiante.
A duvida sobre mistura-lo no lote ou fazer um reserva subsistia e para as dissipar levei uma amostra para uma prova de amigos. As reacções foram unânimes e coincidentes com as minhas. As diferenças não seria tão grandes que justifiquem a existência de dois vinhos diferentes. Mas a junção obrigar-me-ia a repensar uma das ideias fundadoras deste vinho. A não inclusão de madeira no lote (explico os motivos aqui).
Verdade é que, na sala de prova, que é como que diz, a mesa da cozinha de minha casa, testei várias combinações e a que mais gostei foi a que tinha madeira embora esta dê pouco ou nenhum sinal de existência nesta percentagem.
Os aromas ficam mais focados no fruto e a acidez mais sumarenta, ou seja, aquela acidez que se sente na fruta e faz salivar, conseguem imaginar?
No geral o lote ficou mais encorpado mas sem perder frescura e jovialidade, o álcool em 2017 está nos 12,5 dado ao facto do ano ter sido quente e seco, levando a que as uvas tivessem níveis de açúcar altos mais cedo, ainda com a acidez muito alta.
A matriz não se alterou, percebe-se que é uma evolução (a meu ver positiva) da de 2016.
Agora vai ser muito interessante de assistir à comparação entre as duas colheitas, principalmente na vossa aceitação.
Relembro que o período de pré-venda se encontra aberto até 28 de Fevereiro. Comprem o vinho agora com um preço especial e mantenham um desconto até final da colheita.
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