Hugo Mendes Lisboa, curiosidades históricas
Revendo notas, reparo que a primeira entrada referente a este projecto data do dia 3 de Março de 2015.
Resumia a ideia a dois ou três pontos importantes. Iria ser um vinho inspirado no sucesso da marca Soalheiro, feito para ser simples, expressar apenas uma casta, a Fernão Pires e ser Tejo. Não queria contacto pelicular para minimizar a instabilidade dos ácidos, queria fermentações simples e engarrafamento quase imediato. Queria atacar o mercado mainstream.
Não vos quero maçar com detalhes, mas é óbvio que o Tejo teve de esperar. Foi mais fácil e intuitivo começar numa região que conheço melhor e onde tenho mais facilidade em encontrar as uvas que pretendo. A casta Fernão Pires permaneceu como foco principal deste vinho mas cedo abandonei o conforto que dá fazê-lo com base no caminho sem riscos nem experimentalismo. O mainstream ficou pelo caminho mesmo antes do primeiro cacho apanhado. Não é assim que sou e acho que começo a aceitar bem esse facto. Acabei por criar um perfil de que me orgulho e que tem uma identidade muito própria. É isso que mais me motiva e que mais procuro quando me é dada liberdade de construir um perfil de raiz.
Uma curiosidade era o facto de nunca ter querido dar o meu nome ao vinho. Nesta primeira fase o vinho chamar-se-ia Alice, sugestão de um amigo que estava também a fazer uns desenhos para chegarmos a um rotulo. Alice era um nome curto, familiar, internacional (no mundo ocidental toda a gente conhece ou tem um familiar chamado Alice), de fácil dicção e alfabeticamente vantajoso (aparece facilmente no topo das distribuições alfabéticas).
Ainda tentei o registo, mas não foi aceite e perdi o graveto (150 biscas).
Muita coisa mudou, algumas não tenho duvida que para melhor. Ao ler isto ficou claro que um dia destes o Hugo Mendes Tejo terá de aparecer. Para quando não sei, mas também não apresso. "As cadelas apressadas parem os cães cegos", já dizia a minha avó!
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