PRÉMIOS "OS MELHORES DO ANO 2017" PARA A REVISTA Vinhos, grandes escolhas


Em primeiro lugar, uma palavra aos meus leitores, especialmente aqueles que esperavam ansiosamente por um rescaldo ao evento. Sei que estão ai. Sei que sofreram. Sei que esperaram. Pressinto que desesperaram... As minhas sinceras desculpas, têm sido dias difíceis.  Entre enchimentos de vinho, mudança de casa e uma nova logística associada, isto tem sido um pandemónio e a disponibilidade não tem abundado.
A vontade às vezes também não!

Para começar, o local. 
O Pavilhão Carlos Lopes pareceu-me uma excelente opção. Está bonito e a localização é óptima. O serviço esteve bom, tendo em conta o numero de pessoas que há para servir. A ementa também não me deixou com queixas a fazer. 
Apenas uma nota de reprovação para alguns convidados. Julgo que começa a haver um à vontade excessivo e uma liberalização pouco feliz das maneiras. Quando nos convidam para uma festa e nos sentam num lugar que nos convém menos, aprendi que temos de respeitar quem nos convidou e quem está no barco e seguir viagem até que aquilo acabe (é só um jantar bolas!) ou que naturalmente se proporcione uma saída "estratégica". Não gostei de ver pessoas a fazer de tudo (à descarada) para trocar de lugar antes do inicio do serviço e a tratar os presentes como se de meros figurantes se tratassem. Pressinto que não entenderam muito bem o que ali estavam a fazer. 

À semelhança do que aconteceu na gala da Revista de Vinhos, também aqui o nosso vinho mereceu figurar na selecção intitulada "O melhor de Portugal". Mais uma vez afirmo que isso, só por si, não define o caminho, mas é uma agradável palmadinha nas costas e um reconhecimento do trabalho que aceito e agradeço.


Quanto aos prémios propriamente ditos, nunca será demais esclarecer que entendo perfeitamente que se trata da escolha de alguém e que é esse alguém quem dá a cara por ela (a escolha). A mim cabe-me concordar ou discordar, segundo os meus próprios critérios, mas respeitando sempre os de quem escolhe (tão cansativas estas ressalvas*).

Prémios Excelência, que passaram a chamar-se Top 30 se não me falha a lupa. 
Luís Lopes, na sua nota introdutória afirmou algo que me deixou desconfortável. Do que entendi, os vinhos escolhidos têm de satisfazer um conjunto de condições, sendo uma delas o facto de terem sido provados por todos os elementos do painel (apesar de não ser condição sine qua non). Isso deixa subentendido que os vinhos provados por apenas um dos provadores terão menos hipóteses de figurar nesta selecção do que os provados pelo quorum. Parece-me um factor que apela um pouco à sorte pois não é o produtor que define quantas pessoas provam o vinho. Sorte é algo que espero num concurso, não num exercício critico, jornalístico ou como lhe queiram chamar.
Continuo perplexo com o facto de existir nos escolhidos apenas um vinho da região de Lisboa e outro do Tejo. É perigoso extrapolar, mas acho estranho que duas regiões que se caracterizam por "fazer vinhos que agradam" acabem por... agradar tão pouco! 
Se por um lado não entendo a estratégia, por outro fico ainda mais perplexo por vê-la falhar.

Não tendo ganho nada meritório de uma subida ao palco, sobrou-me a profunda alegria de ver reconhecido o trabalho de três pessoas que muito aprecio. Por ordem de atribuição:
Edgardo Pacheco. Sou um fã confesso da forma como se envolve emocionalmente com os motivos dos seus textos, sem medo de errar ou parecer menos sério por isso. Esta característica torna-o, quanto a mim, muito mais sério e ajuda a combater outros aspectos que gosto menos na sua escrita. 
Teresa Gomes. Acompanho o trabalho da Teresa há já alguns anos. Adoro a boa onda, alegria e entusiasmo com que apresenta qualquer das marcas que costuma representar. Sejam vinho ou zurrapa a sua entrega é sempre total, para grande mal dos nossos pecados... no que toca às zurrapas. Além disso, estuda, que é um vicio raro e terrível. Finalmente, Paulo Nunes. O Paulo é um amigo antes de mais e um dos colegas com quem mais gosto de trocar impressões. É um daqueles enólogos que sabe de enologia e com quem se pode ter uma conversa construtiva sobre taninos, ácidos, madeiras ou maturações sem que se largue a repetir a cantilena dos vendedores de produtos enológicos ou que não consiga conter os bocejos.
 A Murganheira, não sei bem há quantos mil anos, encarrilhou numa formula de publicidade genial, mas que passados todos estes anos já me cansa. Entendo contudo que, por exclusão de partes, continue a ser merecedora do prémio "Campanha publicitária". 
Dos restantes premiados, nada de relevante ou merecedor do meu destaque. Alguns eram quase óbvios, outros não os entendo e outros deixam-me com a sensação costumeira de que que a bolha continua muito pequena e circunscrita. Que se arrisca pouco o fora de pé! É possível, não sei. É a minha percepção. Falível? Obviamente!

E pronto, agarrei no diploma que me cabia e rumei para casa que o dia seguinte metia bola dos miúdos e previa-se difícil à brava.
E foi!
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*Para quem não conhecia a palavra Portuguesa para disclaimer aqui a têm.

Comentários

Anónimo disse…
O mundo dos Vinhos e as suas pecularidades muito bem descritas pelo Amigo Hugo.
Saudações
Hugo Mendes disse…
Muito obrigado meu amigo... desconhecido! :)

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