Underdog em grande na Grandes Escolhas


Outro dia falava com um amigo que me aconselhava cautela com vinhos difíceis de serem entendidos ou apreciados (cuidado que são coisas diferentes) por muita gente. Que associar o meu nome (como se isso valesse alguma coisa) a um vinho estranho poderia contaminar a outra vertente deste projecto que assino em nome próprio. 
Isso deu-me que pensar.

A vertente que alcunhei de Underdog tem uma função e uma mensagem diferentes daquela outra que neste momento só tem o Lisboa. Os Underdog são vinhos que descubro perdidos em adegas e de que gosto. É um exercício de enófilo. Quando vos apresento estes vinhos apresento-vos vinhos que me desafiam enquanto enófilo. Os outros são visões de enólogo. É uma linha diferente e com outros propósitos, ainda que também aqui não procure unanimidade.

Desde que lancei o primeiro underdog (está um segundo na calha) e o mandei para ser avaliado pelos jornalistas que as opiniões se dividem. Edgardo Pacheco gostou, outros houve que não gostaram e agora, sou surpreendido [positivamente] por estes 16,5 da revista grandes escolhas. E porquê a surpresa? Simplesmente porque tenho a sensação de que este painel tem tendência para perfis mais conservadores, menos ousados e "desafiantes"*. Admito que gostar deste vinho não é uma coisa que acontece naturalmente, tem de se abrir a mente e deixar que o vinho fale connosco. Foi isso que me apaixonou nele. Um vinho longe de ser perfeito, mas que me mostrou e ensinou muito sobre a casta com que foi feito.
Gostei. 


Para quem tem curiosidade no vinho, ainda o pode ser comprado aqui.


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 Atenção que usamos muitas vezes esta adjectivação de uma forma positiva, para enaltecer. Mas não tem de ser obrigatoriamente assim.

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