Os vinhos Hugo Mendes e as revistas especializadas

A colheita de 2018 marcou um ponto de viragem importante neste jovem, mas ambicioso projecto. Assumi nele uma maior responsabilidade, criei mais dois rótulos, ambos com abordagens ousadas e dupliquei a quantidade da referência principal. Grosso modo passámos de um universo de menos de 3000 garrafas para um com mais de 8000.
Estas passagem acarretam sempre riscos e são muitas vezes os pontos onde as marcas desgraçam as suas referências. Felizmente isso não aconteceu.
2018 ajudou-me a perceber que este é o caminho que pretendo para os meus vinhos de Lisboa. Trouxeram-me consistência, chão e certeza. 


Completa que está a "ronda de prova das revistas" especializadas, sinto alguma felicidade em destacar a concordância das notas atribuídas, sinal de que as ideias do projecto começam a ser entendidas, os nossos perfis compreendidos e a maturidade está à vista. Direi mesmo que atingimos o topo da tabela dos produtores independentes ou "não elegíveis"... dos Underdog (!?!?! 😂). Honestamente e sem que isto pretenda ser uma crítica, acho que notas melhores não estarão tão dependentes dos vinhos em si mas de um maior interesse e envolvimento emocional pelas nuances do projecto, interesse esse que em quase 5 anos de actividade nenhuma destas revistas demonstrou (ao contrário das generalistas ou de espectro mais alargado que se interessaram em perceber o que andávamos para aqui a fazer... logo no primeiro ano, curioso, não é?). Não estou sozinho aqui, há uma demasiado grande quantidade de projectos que estão a nascer, a fazer pequenas revoluções, a lutar por regiões/castas menos "sonhadas" e que escandalosamente despertam interesse zero por parte de quem se esperaria todo. Desejo honesta e ardentemente que percebam isto a tempo de inverter as agulhas sob pena da sua atenção se transformar numa espécie de "herança da avó", aquela ajuda que agradecemos de forma sentida mas que chega quando já não faz verdadeiramente falta ou diferença.

Tenho consciência de que estamos a dar um contributo importante na transformação da forma como se faz e vende vinho em Portugal. Temos contribuído de forma muito activa para a valorização de uma região de má reputação e sobretudo, temos testado e estudado as castas locais no sentido de lhes conferir um estatuto superior que até aqui não têm tido. 

Felizmente, o consumidor entendeu-nos muito bem, o mercado reage cada vez melhor aos nossos vinhos e a nossa marca tem a cada novo ano um valor mais seguro. 
É ai que está o negócio, é ai que está o verdadeiro reconhecimento, é ai que estaremos nós também.

Muito obrigado aos meus patronos, parceiros e clientes que têm acreditado nas propostas meio ousadas deste projecto, que têm dedicado tempo a ajudar na nossa divulgação e que têm, a cada garrafa, validado o futuro desta marca e porque não dizê-lo, contribuído positivamente para a credibilização desta região enquanto potencial fonte de vinhos de elevada qualidade, identidade, carácter e diferenciação.

Sei que é o caminho mais difícil, mas é também aquele que nos levará onde quero ir.

O resultado está na rua para que seja avaliado por quem o quiser fazer... estamos seguros e temos futuro!

Revista Vinho, Grandes Escolhas, Novembro 2019

Revista de Vinhos - Outubro 2019

Revista Paixão pelo Vinho - Abril 2020




Revista de Vinhos - Maio 2020



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